domingo, 10 de março de 2013

O JOGO SIMBÓLICO / FAZ DE CONTA



        TIREI ESTE TEXTO DO BLOG "O MUNDINHO DA CRIANÇA" PARA EMBASAR UM POUCO DA HISTORIA QUE VOU SUGERIR PARA TRABALHAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL É A HISTÓRIA DE Ilan Brenman com as ilustrações de Maria Eugênia DA COLEÇÃO DO RÉ MI, ISSO NÃO É BRINQUEDO. MAS PARA ENTENDER UM POUCO DO MUNDO INFANTIL, O MUNDO IMAGINÁRIO QUE AS VEZES PAIS E PROFESSORES REPRENDEM VAMOS AO TEXTO. 


         O jogo simbólico é a representação corporal do imaginário, e apesar de nele predominar a fantasia, a atividade psico-motora exercida acaba por prender a criança à realidade. Na sua imaginação ela pode modificar sua vontade, usando o "faz de conta", mas quando expressa corporalmente as atividades, ela precisa respeitar a realidade concreta e as relações do mundo real. Por essa via, quando a criança estiver mais velha, é possível estimular a diminuição da atividade centrada em si própria, para que ela vá adquirindo uma socialização crescente. As características dos jogos simbólicos são:
  • liberdade de regras (menos as criadas pela criança);
  • desenvolvimento da imaginação e da fantasia;
  • ausência de objetivo explícito ou consciente para a criança;
  • lógica própria com a realidade;
  • assimilação da realidade ao "eu".
            No jogo simbólico a criança sofre modificações, a medida que vai progredindo em seu desenvolvimento rumo à intuição e à operação. E finalmente, numa tendência imitativa, a criança busca coerência com a realidade.
           Na pré-escola, o raciocínio lógico ainda não é suficiente para que ela dê explicações coerentes a respeito de certas coisas. O poder de fantasiar ainda prepondera sobre o poder de explicar. Então, pelo jogo simbólico, a criança exercita não só sua capacidade de pensar ou seja, representar simbolicamente suas ações, mas também, suas habilidades motoras, já que salta, corre, gira, transporta, rola, empurra, etc. Assim é que se transforma em pai/mãe para seus bonecos ou diz que uma cadeira é um trem. Didaticamente devemos explorar com muita ênfase as imitações sem modelo, as dramatizações, os desenhos e pinturas, o faz de conta, a linguagem, e muito mais, permitir que realizem os jogos simbólicos, sozinhas e com outras crianças, tão importantes para seu desenvolvimento cognitivo e para o equilíbrio emocional.

          Piaget descreve quatro estruturas básicas de jogos infantis, que vão se sucedendo e se sobrepondo nesta ordem:
Jogo de exercício, Jogo simbólico/dramático, Jogo de construção, Jogo de regras.
A importância do jogo de regras, é que quando a criança aprende a lidar com a delimitação, no espaço, no tempo, no tipo de atividade válida, o que pode e o que não pode fazer, garante-se uma certa regularidade que organiza a ação tornando-a orgânica.
O valor do conteúdo de um jogo deve ser considerado em relação ao estágio de desenvolvimento em que se encontra a criança, isto é, como a criança adquire conhecimento e raciocina.
Referência Bibliográfica:
PIAGET, Jean. A formação do símbolo na criança: imitação, jogo e sonho, imagem e representação. Rio de Janeiro: Editora LTC, 1990. 3a edição
Site: www.centrorefeducacional.com.br

AGORA A HISTÓRIA...


HISTÓRIA: ISSO NÃO É BRINQUEDO            (Ilan Brenman) ilustração de Maria Eugênia
                                                                                                                  Coleção DO RÉ MI

VOCÊS ENTENDEM SEUS PAIS?
EU NÃO ENTENDO MUITO BEM OS MEUS.
SEI  QUE ELES ME AMAM E EU TAMBÉM OS AMO.
MAS NOS ÚLTIMOS TEMPOS, ELES NÃO PARAM DE REPETIR:
        - LILICA, ISSO NÃO É BRINQUEDO!
UM DIA PEGUEI UM BALDE NA ÁREA DE LIMPEZA, MINHA MÃE FOI LOGO FALANDO: - LILICA, ISSO NÃO É BRINQUEDO!
ELA NÃO ENTENDE NADA!... PRA MIM, AQUILO ERA UMA CESTA MÁGICA!
         OUTRO DIA, ABRI UMA GAVETA DA COZINHA E TIREI UM COADOR  MEU PAI FOI LOGO DIZENDO: - LILICA, ISSO NÃO É BRINQUEDO!
ELE NÃO SABE DE NADA!  PRA MIM AQUILO ERA UM CHAPÉU COM FURINHOS PARA O CABELO RESPIRAR.
NO MEU ANIVERSÁRIO, GANHEI UMA CAIXA ENORME. MEUS PAIS ABRIRAM O PRESENTE E RETIRARAM UMA BONECA GRANDE. NÃO DEI BOLA PARA A BONECA. FUI LOGO BRINCAR COM A CAIXA DE PRESENTE. ENTÃO, OUVI OS DOIS, MEU PAI E MINHA MÃE, REPETINDO:
- LILICA, ISSO NÃO É BRINQUEDO!
COMO NÃO?! A CAIXA ERA GRANDE E COM MUITOS LADOS. FIQUEI UM TEMPÃO EXPLORANDO OS MISTÉRIOS DA CAIXA. MEUS PAIS OLHARAM PARA A BONECA E NÃO ENTENDIAM NADA.
NO DOMINGO FOMOS PASSEAR NO PARQUE. ENCONTREI NO CHÃO UMA VARINHA DE CONDÃO. E É CLARO QUE  MEUS PAIS GRITARAM: 
- LILICA, ISSO NÃO É BRINQUEDO!
PARA MIM TUDO, TUDO, TUDO ...É BRINQUEDO!
O SAPATO DO PAPAI É UM FAZEDOR DE CHULÉ.
O BATOM DA MAMÃE É UM FAZEDOR DE BOCA. E A CAMA DELES É UM FAZEDOR DE PULOS.
     NA Capa do livro o dizer “ Chegamos assim à primeira das características fundamentais  do jogo: o fato de ser livre, de ser ele próprio liberdade”. Johan Huizinga.

Essa história dá muitas possibilidades de brincadeiras, atividades e jogos simbólicos... e sabe-se da importância do faz de conta no desenvolvimento e na aprendizagem da criança.

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